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Kefir: o intestino diz que sim

  • Foto do escritor: Daniela Ventura
    Daniela Ventura
  • 8 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de out. de 2020

Uma das regras é que não se podem usar metais. Outra é a de que temos de tolerar o cheiro a iogurte (mesmo) natural, que a mim me faz lembrar leite azedo. Quer se adore ou não a verdade é que o Kefir – do turco keif – é um sinónimo de “bem-estar” ou de “bem-viver”.

O meu primeiro meeting com estas bactérias foi há cerca de 12 anos. Apanhou boleia do namorado que se mudava para a minha casa de armas e bagagens. Pelo meio, estava um recipiente de vidro com leite. “É Kefir”, fez as apresentações e fiquei a olhar para o meu novo hóspede com um ar desconfiado. “Faz bem aos intestinos e alimenta”. Alto e pára o baile: se deixa o intestino contente da vida, então está aprovado. Não lhe dei uma gaveta do armário, mas deixei-lhe um pequeno espaço numa prateleira da despensa, já que o novo amigo prefere locais mais escuros.

Decidimos conhecer-nos melhor. Eu tentei – juro que sim! Costumava “tratar dele” enquanto olhava, com o nariz torcido, para a baba que dali saia. Nossa senhora, parece um caracol! Mas não é, é mais uma couve-flor que deita ranhocas. Eu tentei – juro que sim! Mas não conseguia beber aquilo. Perdão, não tolerava o sabor ou cheiro daquele micro-organismo que se dizia probiótico. Depois, fui informada que o podia pôr na água e beber o líquido meio turvo. Ufaaaaaa! Isso podia funcionar. E, um dia, ele faleceu e foi parar ao meio do lixo. Adios!

Foram precisos 12 anos para perceber que existe kefir de leite e kefir de água – ambos diferentes. E, também, que não preciso de beber a mixórdia assim, em seco: posso misturar mel, fruta, canela, manteiga de amendoim (atentos às quantidades). Ah bom! Agora estou a ver a cena. E lá fui eu inscrever-me num ou dois grupos de “Kefir em Lisboa” para tentar a minha sorte. Consegui o meu bicho e, desta vez, comprometi-me a tomar bem conta dele.

Vem das regiões montanhosas do Cáucaso e tem cerca de 4000 anos. Durante este período, passou por grão medicinal, segredo bem guardado e pelo último grito da moda. A minha avó conhece-o como “flor de iogurte” e, em tempos, recorria a eles para fazer iogurtes caseiros. Seja como for, estes microrganismos são um probiótico e, como tal, traz imensos benefícios à nossa saúde – equilibrando a nossa flora intestinal e ajudando na digestão.

É quando fermentados que os grãos de kefir se tornam mágicos!


Vamos ver os seus benefícios:

  1. Melhora a digestão e acelera o trânsito intestinal;

  2. Diminui a prisão de ventre, sendo de fácil absorção;

  3. Diminui a flatulência;

  4. Ajuda no tratamento de inflamações intestinais ou atenua os sintomas;

  5. Evita ou melhora a osteoporose;

  6. Fortalece o sistema imunitário.

Como tratar do kefir de leite:

  1. Adicionar, aos grãos, leite animal (com lactose) num recipiente de vidro.

  2. Deixar à temperatura ambiente, tapado, por um período 24 a 36 horas (eu deixo 48 horas – a fermentação é melhor que 24 horas).

  3. Coar o leite com um passador que não seja de metal e guardar os grãos para uma nova utilização.

Notas:

  1. Lavar os grãos de kefir pelo menos de 15 em 15 dias (passar por água corrente).

  2. Podem congelar o kefir e voltar a usar.

  3. Costumo deixar no frigorífico e não usar logo quando coou – parece-me mais suave ao paladar.

  4. O kefir precisa da lactose para a sua fermentação, contudo, pessoas ligeiramente intolerantes à mesma podem consumir, uma vez que os microorganismos, quando em contacto com o leite, diferem parte da lactose produzindo enzimas que ajudam na sua digestão.


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