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Um intestino ZEN – Como tudo começou

  • Foto do escritor: Daniela Ventura
    Daniela Ventura
  • 25 de mar. de 2017
  • 4 min de leitura

Atualizado: 22 de out. de 2020

Desde cedo tive interesse em algo mais do que o que me estava a ser explicado. Venho de uma família católica e a minha mãe – e família em geral -, na altura, não falavam em crenças paralelas ou diferentes. Apenas porque não se ouvia falar, não se pensava nisso: havia aceitação, mas ainda não havia abertura de consciência.

Nas horas livres, pela mediateca da escola comecei a consultar um livro enorme e ilustrado sobre fenómenos sobrenaturais. Devo confessar que deixavam o intestino um pouco nervoso, mas era mais forte do que eu continuar a ler histórias sobre casas assombradas que tinham, em suas entranhas, cemitérios antigos. Depois, comecei a ler Paulo Coelho. Foi o primeiro autor do género e o que era mais acessível. Lembro-me que o livro “Brida” me balançou particularmente. A seguir, foi Brian Weiss… “Só o Amor é Real” foi devorado em 3 horas, enquanto era suposto estar a estudar para o exame de Português.

Só mais tarde, o intestino foi para a faculdade, é que comecei a integrar algumas experiências que me abriam mais umas portas para um maravilhoso mundo que – até então – apenas conhecia através da leitura. Tenho um caderno que me segue desde então, no qual tenho uma árvore onde gravo o nome (por ordem) de todas as pessoas que me ensinaram algo, me inspiraram e guiaram neste mundo maravilhoso em que estudamos a nossa Energia, a do Universo, as terapias alternativas,… o primeiro nome dessa lista, é o da Fátima Marques.

Conheci a Fátima – e, com ela, os conceitos de Constelações Familiares e Massagem Biodinâmica – em 2003. Foram as minhas primeiras formações ou workshops em “algo novo”. Fiz terapia com ela, e ainda hoje não nos lembramos ao certo de como ou porque é que parámos os nossos encontros da altura. Abaixo um texto que escrevi após um workshop dela chamado “Relações que curam”:

“A sua tarefa não é procurar pelo Amor, mas meramente procurar e encontrar todas as barreiras dentro de si que construiu contra ele.”, Rumi


Relações que curam

Como é que interagem duas pessoas? E como se conseguem relacionar? Será que estamos abertos a uma mudança e a uma cura interior? Em relação à nossa vida, podemos ter dois tipos de atitude: de aproximação ou de evitamento. Quando seguimos o caminho do evitamento, deve-se ao facto de termos tido uma ou mais experiências difíceis no nossa vida e ao facto de termos medo que voltem a acontecer, fazendo com que as evitemos de forma inconsciente. A nossa energia fica ocupada em evitar todo o mal que nos possa acontecer e não em procurar o que nos possa fazer feliz. Com esta abordagem, nós não vivemos, sobrevivemos.

É importante sobreviver! O que é perigoso é habituarmos-nos a este meio de subsistência e continuarmos a comportar-nos como nestas alturas de maior mágoa e sofrimento como se ela fizesse parte do presente e não apenas do passado. Os nossos níveis de stress e de ansiedade mantêm-se, condicionando a nossa independência e as nossas liberdades de escolha. Transformamos-nos no elefante do circo que em adulto não foge devido a ter sido preso a uma estaca pesada em pequeno. Apesar de todo o esforço, o elefante bebé não se conseguia libertar. A estaca era muito pesada para ele. Em adulto, devido a esta experiência, o elefante não se solta mesmo que esteja preso a uma estaca muito pequena por acreditar que não pode. A esta atitude, a Psicologia Positiva chama de Desamparo Aprendido. Assim é grande parte do ser Humano que ao fim de ter sido impotente para fugir durante muito tempo, aceita o “sempre foi assim e sempre o será”. Isto faz com que não nos apercebamos da mudança das circunstancias na nossa vida.

Passamos muitos anos a tentar ser diferentes daquilo que realmente somos, para encaixar no nosso espaço circundante. Queremos ser melhores e/ou perfeitos, tornando-se necessário a procura de ajuda para nos conseguirmos libertar das orientações exteriores que nos foram embutidas desde a infância. Para que consigamos recuperar a nossa própria orientação, aquela que se adequa a nós e nos levará a uma vida plena e autónoma.

A divisão entre a nossa parte boa e má, foi aprendida através das reacções dos outros, através do olhar dos outros. Daí que a solução também esteja no olhar dos outros para que consigamos esta aceitação: “onde esteve o dano, encontramos a cura”.

Aprendemos a amar com os nossos pais e eles com os deles. Mas será que eles eram capazes de amar incondicionalmente? É que este é o único tipo de amor, uma vez que o amor condicional, não é amor. Será que aquilo que aprendemos a chamar amor, é realmente amor? Quantas vezes a repressão não foi feita em seu nome? Quantas vezes o amor não vem misturado com dor, incompreensão e violência? Mas esses não fazem parte do amor. Vieram em conjunto mas não são a mesma coisa. Quando nos habituamos a chamar a esse conjunto amor, inevitavelmente aprendemos a ter medo de amar. Não queremos ser magoados outra vez, associamos o amor à humilhação e à dependência.

Na nossa vivência, estamos tão envolvidos na nossa própria historia, no nosso “eu”, que muitas vezes não conseguimos dar ao outro aquilo de que ele precisa, nem receber dele aquilo que precisamos. Podemos reaprender a experienciar um estado de ressonância com o outro, em que o vemos e o aceitamos, o sentimos, tal como ele é, e somos vistos e aceites como realmente somos. Este é um estado de amor adulto e autónomo, liberto de condicionamentos. Para algumas pessoas, poderá ser totalmente novo!

Saiba mais sobre a Fátima Marques, aqui.

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